quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Não alimente os seus monstros!


As pessoas procuram se manter cada vez mais ocupadas para, ironicamente, fugirem de um sentimento comum à grande maioria da humanidade: a preocupação ou “pré- ocupação”, se analisarmos melhor o termo.
Digo ironicamente porque enquanto as ocupações diárias mantém as pessoas aparentemente desligadas dos seus problemas, as preocupações apenas intensificam esses laços de desgaste e, com isso, surge um sentimento conhecido da grande maioria da população, a ansiedade.
A ansiedade prejudica as pessoas das mais variadas formas, desde o aumento do apetite, dificuldades para conciliar o sono, diminuição de concentração e produtividade até o desencadeamento de processos depressivos. Através dessas reflexões surge a fatídica pergunta: O que eu devo fazer para livrar-me da ansiedade? Em primeiro lugar é fundamental entender que a ansiedade tem o seu lado positivo, ela tira as pessoas da inércia. O problema começa quando as pessoas não mais conseguem sentir-se bem em momentos de lazer, de relaxamento e até de repouso, é como se o motor não diminuísse a rotação.
Para agravar ainda mais o problema, os ansiosos costumam ser reforçados a o serem cada vez mais, ansiosos do mundo todo são valorizadíssimos na sociedade atual, pois eles costumam agregar muito mais responsabilidades que a grande maioria dos seus colegas de trabalho (mesmo que se arrebentem), são aqueles que nunca dizem não, afinal eles sempre podem arranjar tempo para prestar mais algum favorzinho a alguém.
Voltando à nossa pergunta sobre como lidar com a ansiedade, eu começaria respondendo que é vital começar a reaprender a lidar com os próprios medos. O medo pode ser comparado a um vazamento de água, começa aos poucos e gradativamente vai minando todas as estruturas, de um leve pinga-pinga chega a verdadeiras inundações. É como se fosse aberto um canal que abriga cada vez mais pensamentos do mesmo teor. Mas, negociar com os nossos próprios medos não é fácil, pois o medo é um instinto básico e necessário no ser humano, o problema é quando ele passa a nortear grande parte das nossas atitudes.
Vamos procurar pensar através de um exemplo: Você lutou muito para que um projeto seu fosse aprovado, horas de preparo, apresentações e finalmente você conquistou os seus líderes, eles vão apoiar a sua idéia. Naturalmente você terá um “medinho” inicial, agora, se você começar a imaginar milhares de formas para as coisas darem errado ou se você sentir uma sensação de perda de controle sem motivo aparente, essa ansiedade que chegou sem pedir licença, sabotará todo o seu processo!
Nessa hora é preciso parar e meditar um pouco, procurar não sair correndo atrás do primeiro ansiolítico que o amigo disse que é bom. Procure rever todos os pontos do seu medo, converse com você mesmo, liste em uma folha de papel o que o possa estar perturbando. Com isso você terá uma visão mais clara dos problemas reais e dos problemas imaginários, que curiosamente, são os que mais costumam importunar. Para os problemas reais, busque soluções, quanto aos imaginários, procure não alimentá-los! Nesse momento recorro ao pensamento de Hannah More: “Obstáculos são essas coisas amedrontadoras que você vê quando tira seus olhos do seu objetivo”.
Portanto, foque nos seus objetivos, procure canalizar da melhor forma a sua energia, lute para conquistar uma vida melhor. Não fuja dos seus medos, apenas faça deles aliados especiais que o avisam acerca de coisas importantes, como se fossem alarmes que sugerem mais atenção e não armadilhas que o fazem perder oportunidades. Até a próxima semana.

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